quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O verdadeiro amor não existe....

Verdadeiro amor é muito raro de se achar. Se é que existe nesse mundo. Não acredito muito.

O sentimento que vemos por aí é qualquer coisa menos amor.

O amor é bom e paciente. Nunca invejoso, fanfarrão, orgulhoso ou rude.

O amor não é egoísta e nem facilmente irritável.


O amor não fica lembrando dos erros que os outros fazem.
O amor se alegra com a verdade e não com o mal.
O amor sempre dá apoio.

O amor é sempre leal, dá esperança e é confiável.
O amor nunca falha.

Acho que esse amor - o verdadeiro amor - não existe. Não nesse mundo.
Pq podemos fazer isso tudo mas sempre queremos receber o mesmo em troca. Logo, se não recebemos, ficamos magoados, irritados, tristes. O que se contrapõe ao fato de que o amor não é egoísta, orgulhoso ou rude.

Não. O verdadeiro amor não existe.
Não em nós.

domingo, 5 de julho de 2009

CARIOCA é MARRENTO

É... Carioca é marrento. E toda vez que me deparo com um espécime desse tipo, de marra particularmente exacerbada (o que, infelizmente, morando no Rio, acontece com freqüência), eu me pergunto: ‘O que leva este ser a se achar melhor do que qualquer outra pessoa?’

Eu dou graças a Deus por ter tido a oportunidade de morar seis anos em outro estado. Outra cultura. Outra mentalidade. E comparando as duas eu vejo que o Carioca não tem muitos motivos para se orgulhar.

Belezas naturais não são motivos de orgulho. Uma pessoa tem que se orgulhar do que produz. Dos seus feitos, suas conquistas. E sinceramente, belezas naturais definitivamente não se encaixam nesse conceito. E aparentemente essa ‘belezas naturais’ são os motivos principais que fazem o carioca tanto se orgulhar.

Porém, partindo do pressuposto que natureza não é motivo de orgulho, que motivos reais então temos para nos orgulhar?

Que motivo temos quando somos uma das cidades com o maior índice de criminalidade do país? Quando temos apenas duas linhas de metrô enquanto São Paulo tem cinco?[1]

Que orgulho devemos ter quando somos uma cidade escancaradamente duas faces? Uma que mostramos aos turistas. Outra realidade completamente diferente é aquela em que a classe média vive. E não estamos falando da população pobre que não paga muitos dos impostos.

Estamos falando das pessoas que pagam seus impostos corretamente, tanto ou mais do que os indivíduos ‘ricos’, já que de acordo com um dos mais recentes levantamentos feito dos contribuintes de IPTU, o bairro mais inadimplente é a Barra da Tijuca, que é, ao mesmo tempo e ironicamente, um dos bairros com maior renda per capita do município.[2]

Que orgulho posso ter ao dizer: ‘Já fui assaltada sete vezes!’, e, ainda pior, como resposta escutar: ‘Desculpa, Nat, mas isso é lá para os lados da Zona Norte’. E eu me pergunto: ‘Oras! E isso lá é errado? Pelo fato de eu morar lá, estou errada?’

Já sei! Como a Zona Norte não faz parte do Rio de Janeiro, então o Rio não é uma cidade violenta!

Bom meus caros amigos, tenho então, uma surpresa para vocês! A Zona Norte faz SIM!, parte da cidade do Rio. Então, queira você ou não, sua cidade É violenta!

Orgulho de que, queridos, de que? Esses dados, eu não estou tirando do nada. Apenas com uma rápida olhada pelos dados do Ministério da Justiça (disponibilizados na internet), percebemos que das 13 categorias nas quais a criminalidade no Brasil foi dividida, o Rio de Janeiro está entre os mais violentos em 5 categorias.

Então vamos tentar outro ‘motivo’: Produção científica! Isso. Vamos ver a quantas andam as nossas universidades.

No ranking da Capes, entre as 15 universidades com maior produção científica temos CINCO universidades paulistas (incluindo os dois primeiros lugares – USP e UNICAMP!) e apenas uma carioca.

Então, depois de todos esses dados, a pergunta permanece: o que leva o carioca a ser tão marrento?

Achar-se esperto e tentar levar vantagem em tudo, isso não é razão para ser marrento. Isso é feio. É desonesto. É desleal. Eu fico com vergonha. Um povo nunca será grande tendo esse tipo de pensamento.

Deveríamos aprender com as outras culturas. Que se orgulham dos seus feitos. Dos seus esforços e procuram melhorar sempre.

Pois eu vejo muitas gente criticando os americanos pela ‘marra’ que tem sobre outros povos. No entanto, nós cariocas, fazemos exatamente a mesma coisa. Nos achamos muito superiores quando na verdade, não temos razões para isso.

Achamos que somos mais espertos por sairmos cedo do trabalho e tomar um chopp na praia. Chamamos os paulistas de ‘loosers’ por trabalharem tanto. Digo-lhes, no entanto, eles estão certos. Nós estamos errados. Nossa mentalidade está distorcida. Nossos valores invertidos.

Devíamos querer trabalhar mais. Estudar mais. Produzir mais. Ser mais.

Ser mais do que uma cidade que tem uma bela paisagem. Ser uma cidade cujo povo é inteligente, leal, honesto. Que busca progredir construindo a sua própria riqueza.

Devemos deixar de ser uma cidade de ‘cumbuca na mão’, esperando miseravelmente alguma esmola vinda de gringos que vieram apreciar as nossas belezas naturais.

Espero, ansiosamente, o dia em que sejamos referência mundial não pelo Cristo Redentor ou Pão–de–Açúcar. Não pela Lagoa ou pela Garota de Ipanema. Mas sim pelas nossas pesquisas, feitos, conquistas. Enfim, riquezas produzidas e geradas em casa, pelo nosso próprio povo.

Por ngarden™

Julho/2009

© A reprodução integral ou parcial deste artigo é proibida sem a expressa autorização por escrito da autora.



[1] De acordo com o site do metro de São Paulo

[2] Reportagem feita pelo Jornal O Dia, em 1º de Março de 2009



Bibliografia:


http://www.metro.sp.gov.br/trajeto/seleciona_estacoes.asp - VISITADO EM 04.JULHO.2009
http://odia.terra.com.br/rio/htm/barra_a_campea_de_inadimplencia_232972.asp - VISITADO EM 04.JULHO.2009
http://www.mj.gov.br/data/Pages/MJCF2BAE97ITEMIDC5C3828943404A54BF47608963F43DA7PTBRNN.htm - VISITADO EM 04.JULHO.2009
http://www.acessa.com/educacao/arquivo/noticias/2007/08/02-pesquisa/ - VISITADO EM 04.JULHO.2009

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Segunda-feira. Primeiro dia de férias. Férias de uma semana, ficando no Rio mesmo. Mas ainda assim, férias!

Como sempre, resolvi passear pela Barra da Tijuca. Um lugar que eu gosto muito. Sempre gostei. Longe pra burro, mas mesmo assim, um excelente lugar. Eu fui ao cinema ver o filme "Quem quer ser um milionário". O filme é muito interessante. Mostra, obviamente, as imensas desigualdades sociais na Índia moderna. A intolerância religiosa, violência, mundo das drogas. Crime e redenção. Realmente um excelente filme.

Em vários momentos eu me emocionei. Não cheguei a chorar, mas o coração ficou apertadinho. E pensava: "ah, como eu gostaria de poder fazer alguma coisa para mudar essa situação!"

Mas depois do término do filme, aproximandamente meia hora depois, eu fiquei raciocinando na minha própria hipocrisia. É tanta que dava pra encher um balde! Ao sair do shopping, um menino já veio ficar ao lado do meu carro no sinal. Que absurdo! Como ousa ele vir jogar água no meu retrovisor?!?!? Que disparate. Meu carro! Meu! Comprado com o meu dinheiro!

Disparate? Disparate é a minha hipocrisia de ver um filme e me emocionar; e a realidade que está ali!, do lado do meu carro, na minha cidade, isso não me comove.

Até onde vai a minha hipocrisia, ironia, delírios loucos de consumação?

Até onde?

domingo, 19 de abril de 2009

Perda da Inocência

O que é crescer?

É adquirir mais responsabilidades? É ser capaz de gerir a própria vida? É trabalhar? Ganhar seu próprio dinheiro?

Não... Tudo isso faz parte do processo. Está incluído. Mas não é isso. Há uma transição final. Há o último degrau entre a criança e o adulto.

É a perda da inocência. E enquanto muitos pensariam que isso tem algo a ver com a sexualidade eu digo: isso nada tem a ver com sexualidade. Essa perda nada tem a ver com piadinhas maliciosas e comentários que são feitos. Ou com os tipos de atividades na qual estamos engajados.

A perda da inocência está no momento em que você descobre que as pessoas podem ser extremamente cruéis. E que não há no que confiar. A perda da inocência acontece exatamente no momento em que você descobre que não há protetor no mundo. Que aquela pessoa em que você confiava inteiramente pode, a qualquer momento, simplesmente te abandonar e te deixar sozinho.

Por isso crianças que tiveram a infância complicada por problemas com os pais amadurecem mais cedo. Pois sabem que não podem contar com eles, figuras que deveriam ser os protetores últimos!, e precisam se auto-proteger.

Esse é o passo final. É o momento da transição, definição... O momento da perda da confiança em outrem. Onde passa a existir um peso nas costas, um senso de responsabilidade sobre si próprio.

A perda da inocência...